ESG: G10 Favelas e WorkLover se unem para capacitar microempreendedoras em Paraisópolis

Gratuita, iniciativa tem como objetivo combater a vulnerabilidade de mulheres com curso e concessão de crédito orientado. Para escalar, o projeto está em busca de patrocinadores estratégicos que queiram investir em empresas e em qualificação

 

O próprio nome do projeto já traduz como diversas empreendedoras de Paraisópolis querem se sentir no final do próximo ano: Donas de Si. Idealizado pela WorkLover, plataforma de educação empreendedora para impacto social, em parceria com a G10 Favelas, organização sem fins lucrativos, o programa tem como objetivo formar 300 mulheres até o final de 2024 para estancar vulnerabilidades, incentivar a autonomia e independência financeira, além de reduzir a taxa de mortalidade das microempresas que ainda é alta no País.

Defensora ferrenha de que a educação precisa vir antes do dinheiro, a previsão é formar 10 turmas em 14 meses, com 30 alunas em cada turma, capacitando, assim, 300 negócios sustentáveis liderados por mulheres. O curso em si ocorre durante um mês, e a primeira turma começa a capacitação em fevereiro. Para incentivar a participação, o projeto dará um cesta básica a cada aluna. Em seguida, após o curso, as empreendedoras terão seus negócios monitorados durante três meses, como uma forma de avaliar se as alunas conseguiram colocar em prática o que lhes foi ensinado.

A proposta é inovadora e, ao mesmo tempo, desafiadora. Além da formação amparada na metodologia proprietária criada pela WorkLover, o Método P, as participantes do projeto receberão – via aceleradora de negócios G10 Bank e de patrocinadores -, um incentivo financeiro mensal para auxiliar economicamente suas empresas, além de empréstimo com juros subsidiados. “O programa Donas de Si irá reunir, em sua base, mulheres que residem em Paraisópolis e situações recorrentes ou permanentes de vulnerabilidade socioeconômica. A proposta agrega, no perfil, mulheres com baixo nível de escolaridade, mães e cuidadoras”, explica Paula Esteves, CEO e fundadora da plataforma.

Ainda segundo a empresária, no longo prazo, o projeto quer ser visto na prática como uma rede de apoio contínuo contra a vulnerabilidade feminina e dos negócios locais liderados por mulheres. “Além disso, promover informatização dos negócios locais, bem como desenvolver uma rede sólida de empreendedoras resilientes e bem-sucedidas conectadas por valores comuns, que impactam positivamente a economia local. ”, garante Paula, que é escritora do livro “O Código do Empreendedor.

Piloto realizado em maio de 2023 mostrou resultados, um aumento de 320% de faturamento registrado entre as empresas monitoradas e mentoradas. “Agora, a ideia é escalar e multiplicar o sucesso do piloto para atingir mais mulheres na comunidade”, afirma Paula.

Paraisópolis é cosmopolita

As 10 maiores comunidades – que se uniram com o nome de G10 Favelas – somam atualmente R$7,9 bilhões em consumo. Considerando os 20 milhões de brasileiros vivendo em 14.000 favelas, esse contingente movimenta cerca de R$200 bilhões por ano. Só a Comunidade de Paraisópolis movimenta anualmente R$ 705 milhões com uma população estimada em 100 mil habitantes. “É inegável a força que esses territórios representam. Por outro lado, existem diversas barreiras que impedem o pleno desenvolvimento desses projetos: a falta de capacitação, do incentivo, da infraestrutura e do financiamento adequado. Aqui reside mais um chamado para a iniciativa privada: investir e contribuir para uma economia inclusiva e sustentável. Sejam grandes, médias, pequenas empresas ou até multinacionais, na favela, há negócios para todos”, ressalta Gilson Rodrigues, líder do G10 Favelas e conselheiro do Sistema B Brasil.

Formação

Durante a capacitação, as empreendedoras irão participar de workshops presenciais e online no laboratório informatizado da iniciativa na sede do G10 Favelas em Paraisópolis. Com isso, a WorkLover pretende também informatizar e digitalizar parte dos negócios da comunidade, buscando assim implementar processos de datificação com a entrega de relatórios de perfil de empreendedorismo e consumo local, pois as participantes terão seus negócios e o desenvolvimento pessoal como empreendedora sendo avaliados por três meses.

“Pensamos na execução de um projeto que traga visibilidade à realidade da vulnerabilidade que empreendedoras vivenciam por falta de capacitação e principalmente de investimento financeiro em seus negócios e sonhos, pessoais e familiares. Além disso, por meio da tecnologia, conseguiremos trazer uma visão estratégica e bem embasada do empreendedorismo e do poder de consumo dentro de Paraisópolis”, acrescenta Paula.

Seleção e investimento 

Donas de Si também conta com o apoio de patrocinadores, que podem ser pessoa física ou jurídica. Cada aluna tem um custo total de R$ 2.400, valor esse que pode ser pago quem for investir na formação de uma estudante em até 12 vezes. “É uma oportunidade que as empresas, marcas ou pessoas têm para mudar a realidade de milhares de pessoas, não só das mulheres que irão participar do Donas de Si, mas também de toda a comunidade de Paraisópolis que será impactada social e economicamente com a iniciativa”, finaliza Paula.

As inscrições começam em 01 de janeiro de 2024 pelo e-mail: [email protected]. Já para empresas e pessoas que desejam adorar uma aluna, basta entrar em contato via WhatsApp pelo número (11) 94320-4321. Já as aulas da primeira turma têm início em fevereiro, a Worklover será a responsável pela seleção das participantes, levando em consideração os critérios estabelecidos pelo programa.

 

Fonte: https://www.abcdacomunicacao.com.br/esg-g10-favelas-e-worklover-se-unem-para-capacitar-microempreendedoras-em-paraisopolis/

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